Força e resistência não são entendidas aqui como capacidades distintas, são entidades que se expressam por sinergia e cooperação entre as partes do corpo para realizar movimentos sintonizados às demandas, portanto, com eficiência. Demandas cotidianas podem ser tanto as demandas funcionais do dia-a-dia quanto as forças e coordenação vividas no Esporte.
A melhora na qualidade de vida e no desempenho não acontecem simplesmente pela similaridade entre o exercício, o movimento e o gesto esportivo que se quer aprimorar. É preciso também que o treinamento represente ciclos de Percepção-Decisão-Execução para que a aprendizagem motora ocorra. Outra necessidade para a transferência é que haja proximidade entre as cargas do treinamento e as cargas mecânicas envolvidas no mundo real.
O melhor treino aos nossos alunos vem de uma linha de pensamento que vai além das tradicionais ciências do Esporte e traz contribuições da Teoria Ecológica de Gibson e das teorias dos Sistemas Complexos Dinâmicos.
Dos Sistemas Complexos trazemos a não-linearidade na aprendizagem e a visão de que o todo não pode ser explicado apenas pelas propriedades de suas partes, ou seja, as interações das partes nos interessam mais do que suas propriedades.
Nossas estratégias melhoram a estrutura intramuscular e a coordenação intermuscular. Aumentam a força, resistência e mobilidade, sempre respeitando a fisiologia articular.
Conseguimos treinar e proteger as articulações porque enxergamos o treino de força como um treino para desenvolver soluções motoras robustas baseadas em co-contrações. As co-contrações formam a melhor estratégia para aumentar a capacidade de carga tolerada pelas articulações.
Em nosso repertório não propomos exercícios que permitam flexão com rotação da coluna lombar com carga e nem exercícios que trabalhem os músculos biarticulares, como os isquios tibias em cadeia cinética aberta, pois essa não é a forma como estes músculos atuam nas atividades diárias, na sustentação postural e muito menos na alta demanda do esporte.
Uma parte importante de nossa visão é restringir os graus de liberdade articular. Isso quer dizer que o movimento se torna eficiente e seguro quando realizado dentro de um trajeto controlado, evitando desgaste articular e tornando mais eficiente a passagem de força entre as articulações.
Uma das soluções para efetivamente preservar as articulações é treinar padrões intencionais de movimento (manutenção de velocidade, aceleração, desaceleração e troca de direção) e não apenas os músculos, por isso nosso treinamento prioriza os movimentos, a sinergia muscular e uma ação coordenada e a mais próxima possível da fisiologia humana.